segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Deus tem um projeto para os seus amigos




O proprietário da vinha representa Deus mesmo, enquanto a vinha simboliza o seu povo, bem como a vida que Ele nos doa para que, com a sua graça e o nosso compromisso, façamos o bem. Santo Agostinho comenta que "Deus nos cultiva como um campo para tornar-nos melhores" (Sermo 87, 1, 2: PL 38, 531).

Deus tem um projeto para os seus amigos, mas, infelizmente, a resposta do homem é frequentemente orientada à infidelidade, que se traduz em desprezo. O orgulho e o egoísmo impedem de reconhecer e acolher até mesmo o dom mais precioso de Deus: o seu Filho unigênito. Quando, de fato, "enviou seu próprio filho – escreve o evangelista Mateus – … [os vinhateiros] o prenderam, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram" (Mt 21,37.39). Deus entrega a si mesmo em nossas mãos, aceita fazer-se mistério insondável de fragilidade e manifesta a sua onipotência na fidelidade a um projeto de amor que, ao final, prevê, contudo, também a justa punição dos malvados (cf. Mt 21,41).

Firmemente ancorados na fé na pedra angular que é Cristo, permaneçamos n'Ele como o fruto que não pode dar fruto por si mesmo se não permanece na videira. Somente n'Ele, por Ele e com Ele edifica-se a Igreja, povo da Nova Aliança. Escreveu a propósito o Servo de Deus Paulo VI: "O primeiro fruto da tomada de consciência mais profunda da Igreja quanto a si mesma é a descoberta renovada da sua relação vital com Cristo, coisa bem conhecida, mas fundamental, indispensável, e nunca suficientemente compreendida, meditada e pregada" (Enc. Ecclesiam suam, 6 agosto 1964: AAS 56 [1964], 622).



Angelus de Bento XVI - 02/10/2011

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