quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cónego João Marcos: o ateliê como lugar de oração


«Este é um lugar de oração», diz o cónego João Marcos sobre o seu ateliê de pintura no edifício do Seminário dos Olivais, em Lisboa.

«A beleza, para o cristianismo, não é um luxo». Por isso «um cristianismo que se expresse sem beleza nega-se a si mesmo.»

«Quando fazemos o rosto de Cristo, o importante é isto: não é uma obra para nós vermos; vamos ao encontro de alguém que nos vê a nós.»

Neste vídeo o sacerdote fala sobre a teologia da imagem e da «presença espiritual» do ícone, que está na fronteira da abstração e é «figurativa quanto baste».

O cónego João Marcos situa a sua obra dentro dos cânones da iconografia, «uma espécie de credo» que se enquadra dentro da tradição da Igreja.

«O artista que pinta para a Igreja deve dar expressão à fé, à esperança e à caridade da Igreja», sublinha.

«Eu não sou um pintor que é padre. Eu sou um padre que também pinta». «Não tenho ilusões de que grande parte do que faço fica ao nível do esboço. Muitas vezes [as pinturas] são acabadas à pressa porque é preciso inaugurar a igreja. Como isto é um processo muito lento e eu não tenho tempo, carrego comigo a consciência de fazer sempre coisas imperfeitas e inacabadas. O que é uma humilhação grande para mim.»


Cónego João Marcos: O ateliê é um lugar de oração from Pastoral da Cultura on Vimeo.


© SNPC | 07.12.11

domingo, 27 de novembro de 2011

Dietrich Bonhoeffer


O grande homem Dietrich Bonhoeffer, morto em Berlim em 1943 por conspirar contra Hitler, diz: “Perante Deus e com Deus vivemos sem Deus. Deus deixa-se empurrar para fora do mundo e até à cruz; Deus é impotente e fraco no mundo e exactamente assim, somente assim ele está connosco e nos ajuda.”

domingo, 23 de outubro de 2011

O papa e a madeira...


A despedida.... que é sempre tão difícil...
Contudo, a sua mensagem ficou...
Chegada


Partida

Há grandes homens na nossa vida...


Karol Józef Wojtyla nasceu a 18 de maio de 1920 na cidade polaca de Wadowice. Foi eleito papa a 16 de outubro de 1978 e morreu a 2 de abril de 2005.

E acima de tudo foi um grande homem....



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O que é o concílio Vaticano II?





V. Fim principal do Concílio: defesa e difusão da doutrina

1. O que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz.

2. Essa doutrina abarca o homem inteiro, composto de alma e corpo, e a nós, peregrinos nesta terra, manda-nos tender para a pátria celeste.

3. Isto mostra como é preciso ordenar a nossa vida mortal, de maneira que cumpramos os nossos deveres de cidadãos da terra e do céu, e consigamos deste modo o fim estabelecido por Deus. Quer dizer que todos os homens, tanto considerados individualmente como reunidos em sociedade, têm o dever de tender sem descanso, durante toda a vida, para a consecução dos bens celestiais, e de usarem só para este fim os bens terrenos sem que seu uso prejudique a eterna felicidade.

4. O Senhor disse: « Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça » (Mt 6, 33). Esta palavra « primeiro » exprime, antes de mais, em que direção devem mover-se os nossos pensamentos e as nossas forças; não devemos esquecer, porém, as outras palavras desta exortação do Senhor, isto é: « e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo » (Mt 6, 33). Na realidade, sempre existiram e existem ainda, na Igreja, os que, embora procurem com todas as forças praticar a perfeição evangélica, não se esquecem de ser úteis à sociedade. De fato, do seu exemplo de vida, constantemente praticado, e das suas iniciativas de caridade toma vigor e incremento o que há de mais alto e mais nobre na sociedade humana.

5. Mas, para que esta doutrina atinja os múltiplos níveis da atividade humana, que se referem aos indivíduos, às famílias e à vida social, é necessário primeiramente que a Igreja não se aparte do patrimônio sagrado da verdade, recebido dos seus maiores; e, ao mesmo tempo, deve também olhar para o presente, para as novas condições e formas de vida introduzidas no mundo hodierno, que abriram novos caminhos ao apostolado católico.

6. Por esta razão, a Igreja não assistiu indiferente ao admirável progresso das descobertas do gênero humano, e não lhes negou o justo apreço, mas, seguindo estes progressos, não deixa de avisar os homens para que, bem acima das coisas sensíveis, elevem os olhares para Deus, fonte de toda a sabedoria e beleza; e eles, aos quais foi dito: « Submetei a terra e dominai-a » (Gn 1, 28), não esqueçam o mandamento gravíssimo: « Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás » (Mt 4, 10; Lc 4, 8), para que não suceda que a fascinação efêmera das coisas visíveis impeça o verdadeiro progresso.

Do discurso do Papa João XXIII sobre a abertura do Concílio.



terça-feira, 11 de outubro de 2011

Como será o criador?

Se a natureza é tão bela, como será o Criador?

Uma simples e profunda oração de Charles Péguy


Se necessitas de virgens consagradas, Senhor,
se necessitas de valentes sob o teu estandarte
aí estão Clara, Teresa, Domingos, Francisco, Inácio…,
aí estão Lourenço, Cecília…

Mas se, por acaso, alguma vez precisares de um preguiçoso
e de um medíocre, de um ou outro ignorante, de um orgulhoso,
de um cobarde, de um ingrato e de um impuro,
de um homem cujo coração esteve fechado e cujo rosto foi duro…,
aqui estou eu.

Quando te faltarem os outros, a mim sempre me terás.

Quem é o Papa Bento XVI?

Brevissimo resumo sobre o ser cristão....

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Papa no Parlamento Alemão

Uma Igreja que dialoga com a política, apontando Cristo como o vero caminho.

D. Nuno Brás, novo Bispo Auxiliar de Lisboa

O Papa nomeou esta segunda-feira, 10 de Outubro, o cónego Nuno Brás como novo Bispo Auxiliar de Lisboa, revelou a Nunciatura Apostólica em Portugal. Bento XVI atribuiu ao mais recente membro do episcopado português o título de Bispo de Elvas.

Membro do presbitério de Lisboa, D. Nuno Brás é actualmente reitor do Seminário dos Olivais, consultor eclesiástico, membro do Cabido da Sé Patriarcal, professor da Universidade Católica Portuguesa e director do Departamento de Comunicação do Patriarcado e do Jornal diocesano, ‘Voz da Verdade’.

D. Nuno Brás da Silva Martins nasceu no dia 12 de Maio de 1963, sendo natural da paróquia do Vimeiro, concelho da Lourinhã, Diocese de Lisboa. Foi ordenado sacerdote a 4 de Julho de1987, no Mosteiro dos Jerónimos, pelo Cardeal D. António Ribeiro.

Assumiu funções de coadjutor na paróquia dos Anjos, fez parte da equipa de formação do Seminário dos Olivais e foi redactor do Jornal ‘Voz da Verdade’, assumindo depois as funções de director deste semanário diocesano, entre 1995 e 2003.


Exerceu funções de docente na Universidade Católica de Lisboa e foi consultor eclesiástico do Conselho Presbiteral, tendo feito também parte da Comissão Diocesana do Diaconado Permanente. Em 2002 é nomeado reitor do Pontifício Colégio Português de Roma e, em 2005, é regressa à Diocese de Lisboa como reitor do Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais. Foi instituído cónego em 2006, no dia da Solenidade do Mártir São Vicente, padroeiro da diocese.

Em Setembro de 2010, D. Nuno Brás assume o Departamento de Comunicação do Patriarcado de Lisboa e já este ano, em Janeiro, regressa à direcção do Jornal diocesano, ‘Voz da Verdade’.

É doutorado em Teologia, tendo publicado a tese ‘Cristo, o Comunicador Perfeito: Delineamento de Uma Teologia da Comunicação à luz da Instrução Pastoral Communio et Progressio’, pelas Edições Didaskalia, da UCP.

in http://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?id=1084

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

São Francisco de Assis




Francisco trouxe o pobre para a sociedade e recuperou Cristo no pobre. E fê-lo sem revolta, com uma sinceridade que subverte a revolta; que a torna menos soberana do que a realidade sofrida. Não disse: “Pobres, uni-vos.” Mas disse a todos: “Tornai-vos pobres”. Amai o dever de ser pobre, e não a confrontação e a luta.


E também ele sabia lutar. Era um guerreiro. Francisco era um guerreiro, de génio lúcido que é o que ganha as grandes batalhas. A sua vida não foi uma renúncia, foi uma glória, uma avançada permanente, um esforço genial para entrar no tempo, na imponderabilidade do pobre. O pobre não tem atmosfera, flutua, quebra pernas e braços contra pequenos obstáculos nos quais ninguém mais choca. Mas, sabendo qual a sua condição, sente a leveza do seu mísero corpo, e nenhum fardo o pode oprimir.


A regra franciscana era tão poética que dela só podia subsistir o perfume. Era alegre, pois proibia acompanhar o jejum com a expressão mortificada; era sábia, pois se desviava das letras; era grande, porque prevenia contra o vício da vontade própria. Não foi feita para servir os homens, e por isso levantou tumulto e fez nascer as dissidências. É mais fácil á natureza humana acometer as coisas que exigem heroísmo, do que confiar naquelas que a mantêm na virtude sem penas e na modéstia sem exemplo.


Agustina Bessa-Luís

in Dicionário Imperfeito, Guimarães Editores

Pinturas: Giotto
Basílica de S. Francisco, Assis
1297-1300

Jesus continua sendo sempre um mistério cativante



Uma das frases mais enigmáticas e, ao mesmo tempo, mais iluminantes do Evangelho é aquela proferida por João Batista, ao ver passar Jesus. Dirigindo-se aos seus discípulos, o Batista afirma: «No meio de vós está O que não conheceis» (Jo 1,26). Penso que esta frase pode ser repetida assim: no meio de nós próprios; no centro misterioso da nossa relação com Deus, com o mundo e os outros; no âmago da gestão, mais fluida ou atribulada, que fazemos da existência, está O que não conhecemos. Porventura, naquele núcleo de verdade mais funda, mais solitária e pessoal, existe uma presença, um tesouro, uma fonte que continua por descobrir, um trabalho de relação, espiritual e de vida, por encetar...



in MENDONÇA, José Tolentino, Pai nosso que estás na terra, Paulinas, Lisboa, 20112ed, p. 4.

Pegadas na areia

Ainda bem que tem alguém que me leva ao colo...

Porquê???????????



Quem acredita nunca está sozinho.... Cristo é o seu companheiro de viagem, aquele que está a nossa espera, aquele que dá a vida por ti....

Deus tem um projeto para os seus amigos




O proprietário da vinha representa Deus mesmo, enquanto a vinha simboliza o seu povo, bem como a vida que Ele nos doa para que, com a sua graça e o nosso compromisso, façamos o bem. Santo Agostinho comenta que "Deus nos cultiva como um campo para tornar-nos melhores" (Sermo 87, 1, 2: PL 38, 531).

Deus tem um projeto para os seus amigos, mas, infelizmente, a resposta do homem é frequentemente orientada à infidelidade, que se traduz em desprezo. O orgulho e o egoísmo impedem de reconhecer e acolher até mesmo o dom mais precioso de Deus: o seu Filho unigênito. Quando, de fato, "enviou seu próprio filho – escreve o evangelista Mateus – … [os vinhateiros] o prenderam, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram" (Mt 21,37.39). Deus entrega a si mesmo em nossas mãos, aceita fazer-se mistério insondável de fragilidade e manifesta a sua onipotência na fidelidade a um projeto de amor que, ao final, prevê, contudo, também a justa punição dos malvados (cf. Mt 21,41).

Firmemente ancorados na fé na pedra angular que é Cristo, permaneçamos n'Ele como o fruto que não pode dar fruto por si mesmo se não permanece na videira. Somente n'Ele, por Ele e com Ele edifica-se a Igreja, povo da Nova Aliança. Escreveu a propósito o Servo de Deus Paulo VI: "O primeiro fruto da tomada de consciência mais profunda da Igreja quanto a si mesma é a descoberta renovada da sua relação vital com Cristo, coisa bem conhecida, mas fundamental, indispensável, e nunca suficientemente compreendida, meditada e pregada" (Enc. Ecclesiam suam, 6 agosto 1964: AAS 56 [1964], 622).



Angelus de Bento XVI - 02/10/2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A carta da Maria José Nogueira Pinto


Texto, escrito poucas horas antes de morrer, de alguém que se despediu assim da política e da vida e se abriu a relação com Deus...

(Extracto da carta, publicado no Diário de Notícias de ontem 8 de Junho de 2011)

[...]

Procurei, procurámos, sempre viver de acordo com os princípios que tinham a ver com valores ditos tradicionais - Deus e a Pátria -, mas também com a justiça e com a solidariedade em que sempre acreditei e acredito. Tenho tentado deles dar testemunho na vida política e no serviço público. Sem transigências, sem abdicações, sem meter no bolso ideias e convicções.
Convicções que partem de uma fé profunda no amor de Cristo, que sempre nos diz - como repetiu João Paulo II - "não tenhais medo". Graças a Deus nunca tive medo. Nem das fugas, nem dos exílios, nem da perseguição, nem da incerteza. Nem da vida, nem na morte. Suportei as rodas baixas da fortuna, partilhei a humilhação da diáspora dos portugueses de África, conheci o exílio no Brasil e em Espanha. Aprendi a levar a pátria na sola dos sapatos.


Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e

por isso nada me faltou -mesmo quando faltava tudo.


domingo, 25 de setembro de 2011

Bento XVI: ser santo não é estar fora da realidade, ser ingénuo e viver sem alegria

Bento XVI
Vigília de Oração com os jovens na Feira de Freiburg im Breisgau (24 de setembro de 2011)
____________________________________________________________

Neste ponto, não devemos calar o facto de que o mal existe.

Vemo-lo em tantos lugares deste mundo; mas vemo-lo também
– e isto assusta-nos – na nossa própria vida. Sim, no nosso próprio
coração, existe a inclinação para o mal
, o egoísmo, a inveja,
a agressividade.

Com uma certa autodisciplina, talvez isto se possa, em certa medida,
controlar. Caso diverso e mais difícil se passa com formas de mal mais
escondido, que podem envolver-nos como um nevoeiro indefinido,
tais como a preguiça, a lentidão no querer e no praticar o bem.

Repetidamente, ao longo da história, pessoas atentas fizeram notar que
o dano para a Igreja não vem dos seus adversários, mas dos cristãos tíbios.

Então como pode Cristo dizer que os cristãos – sem ter excluído os
cristãos fracos e frequentemente tão tíbios –são a luz do mundo?

Compreenderíamos talvez que Ele tivesse gritado: Convertei-vos!
Sede a luz do mundo! Mudai a vossa vida, tornai-a clara e resplandecente!
Não será caso de ficar maravilhados ao vermos que o Senhor não nos
dirige um apelo, mas diz que somos a luz do mundo
, que somos luminosos,
que resplandecemos na escuridão?

* * *
Queridos amigos, o apóstolo São Paulo, em muitas das suas cartas,
não tem receio de designar por «santos» os seus contemporâneos,
os membros das comunidade locais. Aqui torna-se evidente que cada baptizado
– ainda antes de poder realizar boas obras ou particulares acções – é santificado
por Deus.
No baptismo, o Senhor acende, por assim dizer, uma luz na nossa
vida, uma luz que o Catecismo chama a graça santificante.
Quem conservar essa luz, quem viver na graça, é efectivamente santo.
Queridos amigos, a imagem dos santos foi repetidamente objecto de
caricatura e apresentada de modo distorcido, como se o ser santo
significasse estar fora da realidade, ser ingénuo e viver sem alegria.
Não é raro pensar-se que um santo seja apenas aquele que realiza
acções ascéticas e morais de nível altíssimo, pelo que se pode certamente
venerar mas nunca imitar na própria vida. Como é errada e desalentadora
esta visão! Não há nenhum santo, à excepção da bem-aventurada
Virgem Maria, que não tenha conhecido também o pecado e que não tenha
caído alguma vez.
Queridos amigos, Cristo não se interessa tanto de quantas vezes vacilastes
e caístes na vida, como sobretudo de quantas vezes vos erguestes.
Não exige acções extraordinárias, mas quer que a sua luz brilhe em vós.
Não vos chama porque sois bons e perfeitos, mas porque Ele é bom e
quer tornar-vos seus amigos.


Sim, vós sois a luz do mundo, porque Jesus é a vossa luz. Sois cristãos,
não porque realizais coisas singulares e extraordinárias, mas porque Ele,
Cristo, é a vossa vida. Sois santos porque a sua graça actua em vós.

in
É o Carteiro!