segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A carta da Maria José Nogueira Pinto


Texto, escrito poucas horas antes de morrer, de alguém que se despediu assim da política e da vida e se abriu a relação com Deus...

(Extracto da carta, publicado no Diário de Notícias de ontem 8 de Junho de 2011)

[...]

Procurei, procurámos, sempre viver de acordo com os princípios que tinham a ver com valores ditos tradicionais - Deus e a Pátria -, mas também com a justiça e com a solidariedade em que sempre acreditei e acredito. Tenho tentado deles dar testemunho na vida política e no serviço público. Sem transigências, sem abdicações, sem meter no bolso ideias e convicções.
Convicções que partem de uma fé profunda no amor de Cristo, que sempre nos diz - como repetiu João Paulo II - "não tenhais medo". Graças a Deus nunca tive medo. Nem das fugas, nem dos exílios, nem da perseguição, nem da incerteza. Nem da vida, nem na morte. Suportei as rodas baixas da fortuna, partilhei a humilhação da diáspora dos portugueses de África, conheci o exílio no Brasil e em Espanha. Aprendi a levar a pátria na sola dos sapatos.


Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e

por isso nada me faltou -mesmo quando faltava tudo.


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