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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Caminhar com Maria

2014-09-08

Papa: Como Maria, deixemos Deus caminhar conosco!


Na missa nesta manhã, na capela da Casa de Santa Marta, onde mora, o Santo Padre celebrou a Natividade de Maria, de acordo com o Calendário Litúrgico.

Olhando a história de Maria, perguntamo-nos se deixamos que Deus caminhe conosco, afirmou o Papa Francisco O Pontífice destacou que Deus está “nas coisas grandes”, mas também nas pequenas e tem a “paciência” de caminhar conosco, mesmo que sejamos pecadores.

O Papa Francisco fez sua meditação sobre a Criação e o caminho que Deus faz conosco dentro da História. Quando lemos o livro do Gênesis, observou, “existe o perigo de pensar que Deus fosse um mágico” que fazia as coisas” e “ as deixava andar com leis internas que Ele colocara em todas, para que se desenvolvessem até chegar à plenitude”. O Senhor, acrescentou o Papa, “deu autonomia às coisas do Universo, mas não independência”:

“Porque Deus não é um mágico, é o Criador! Mas quando no sexto dia, daquele relato, criou o Homem, deu uma outra autonomia, um pouco diferente, mas não independência: uma autonomia - a liberdade! E disse ao Homem que andasse para frente na História, e o tornou responsável pela criação e também disse que a dominasse, que levasse à plenitude dos tempos. E qual era a Plenitude dos tempos? Aquela que Ele tinha no coração: a chegada de seu Filho. Porque Deus – ouvimos Paulo – nos predestinou, todos, para sermos conforme a imagem do Filho”.

E isto, afirmou Francisco, “é o caminho da Humanidade, é o caminho do Homem. Deus queria que fossemos como seu Filho e que seu Filho fosse como nós”. O Papa se referiu assim à passagem do Evangelho de hoje que narra a genealogia de Jesus. “Neste elenco – destacou – temos santos e também pecadores, mas a história caminha porque Deus quis que os homens fossem livres”. E se é verdade que quando o homem “usou mal sua liberdade, Deus o expulsou do Paraíso” mas Ele “ fez uma promessa e o homem deixou o Paraíso com esperança. Pecador, mas com esperança!” Ele “seu caminho – reforçou – não o faz sozinho: Deus caminha com ele. Porque Deus fez uma opção: fez opção para sempre, não para um momento. É o Deus do tempo, é o Deus da História, é o Deus que caminha com seus filhos”. E isso até “à plenitude dos tempos” quando seu Filho se faz homem. Deus, afirmou ainda, “caminha com os justos e com os pecadores”. Caminha “com todos, para chegar ao encontro, ao encontro definitivo do homem com Ele”.

O Evangelho, disse ainda, termina esta história secular “com uma coisa pequenina, em um pequeno país, com José e Maria. “O Deus da grande História – sublinhou – e também da pequena História, porque deseja caminhar com todos”. Francisco citou Santo Tomás, onde afirma: “Não se assustar com coisas grandes, mas também levar em conta as pequenas, isto é divino”. “Deus é assim – retomou o Papa – está nas coisas grandes”, mas também nas pequenas:

“E o Senhor que caminha é Deus e é também o Senhor da paciência. A paciência de Deus! A paciência que teve com todas essas gerações. Com todas essas pessoas que viveram sua história de graça e de pecado, Deus é paciente! Deus caminha conosco, porque Ele quer que todos cheguemos a se conformes à imagem de Seu Filho. E daquele momento que nos deu liberdade na criação – não a independência – até hoje continua a caminhar”.

E assim, pois, “chegamos a Maria”. Hoje, disse o Papa, “estamos na ante-câmara desta história: o nascimento de Nossa Senhora”. E “pedimos ao Senhor, na oração do dia, unidade para caminhar juntos e paz no coração. É a graça de hoje”:

“Hoje podemos olhar Nossa Senhora, pequenina, santa, sem pecado, pura, predestinada a se tornar Mãe de Deus e também olhar esta história que está atrás, um pouco longa, secular e nos perguntar: ‘Como caminho eu em minha história? Deixo que Deus caminhe comigo? Deixo que Ele caminhe comigo ou quero caminhar sozinho? Deixo que Ele me afague, me ajude, me perdoe, me leve adiante para chegar ao encontro com Jesus Cristo?” Isto será o fim de nosso caminho: encontrarmo-nos com o Senhor. Esta pergunta nos fará bem hoje. ‘Deixo que Deus tenha paciência comigo? ’ E assim, olhando essa história grande e também este pequeno país, possamos louvar o Senhor e pedir humildemente que nos dê a paz, aquela paz do coração que somente Ele nos pode dar, que somente nos dá quando nós deixamos Ele caminhar conosco”.

Papa Francisco


Jesus aproxima-se.... reza... escolhe doze... ama a multidão...


Jesus não é um professor que fala de seu púlpito, mas está no meio do povo e se deixa tocar para curar. Foi o que disse o Papa Francisco na Missa presidida esta manhã na Casa Santa Marta.

Comentando o Evangelho do dia, o Pontífice refletiu sobre três momentos da vida de Jesus. O primeiro é a oração. Jesus passa “toda a noite rezando a Deus”. Parece um pouco estranho que Aquele que veio para nos salvar reze ao Pai”, disse o Papa. “E o faça com frequência. Mas Jesus é o grande intercessor”:

“Ele está diante do Pai neste momento, rezando por nós. E isto deve nos encorajar! Porque nos momentos difíceis, de necessidade e de tantas coisas, devemos pensar: ‘Mas Tu estás rezando por mim. Reza por mim junto ao Pai!’. É a sua missão hoje: rezar por nós, pela sua Igreja. Nós nos esquecemos disso com frequência, que Jesus reza por nós. Esta é a nossa força. Dizer ao Pai: ‘Mas se Tu, Pai, não nos olha, olha teu Filho que reza por nós’. Jesus reza desde o primeiro momento: rezou quando estava na terra e continua a rezar agora por cada um de nós, por toda a Igreja”.

Depois da oração, Jesus escolhe os 12 Apóstolos. O Senhor diz claramente: “Não foram vocês que me escolheram. Eu escolhi vocês!”. “Este segundo momento – afirma o Papa – nos dá coragem: ‘Eu fui escolhido, fui escolhida pelo Senhor! No dia do Batismo, Ele me escolheu’. E Paulo, pensando nisso, dizia: ‘Ele escolheu a mim, desde o seio de minha mãe’”. Nós cristãos, portanto, fomos escolhidos:

“Essas são coisas de amor! O amor não olha se alguém tem o rosto belo ou feio: ama! E Jesus faz o mesmo: ama e escolhe com amor. E escolhe todos! Ele, na lista, não tem ninguém importante – entre aspas – segundo os critérios do mundo: são pessoas comuns. Mas uma coisa – sim – destaca-se em todos: são pecadores. Jesus escolheu os pecadores. Escolhe os pecadores. E esta é a acusação que os doutores da lei e os escribas fazem: ‘Ele come com os pecadores, fala com as prostitutas.’. Jesus chama todos! Lembram aquela parábola das núpcias do filho: quando os convidados não aparecem, o que faz o dono da casa? Manda os seus servos: ‘Ide e trazei todos à casa! Bons e maus’, diz o Evangelho. Jesus escolheu todos!”.

Jesus – continuou o Papa - também escolheu Judas Iscariotes, “que se tornou o traidor ... O maior pecador para Ele. Mas foi escolhido por Jesus”. Depois, há o terceiro momento: “Jesus próximo do povo”. Em muitos vão até Ele “para ouvi-lo e serem curados de suas doenças. Toda a multidão procurava tocá-lo”, porque “d’Ele saia uma força que curava todos”. Jesus está no meio do seu povo;

“Não é um professor, um mestre, um místico que se afasta do povo e fala da cátedra. Não! Está no meio do povo; se deixa tocar; deixa que as pessoas perguntem. Assim é Jesus: perto do povo. E essa proximidade não é uma coisa nova para Ele: Ele a sublinha em seu modo de agir, e é algo que vem desde a primeira escolha de Deus para o seu povo. Deus diz ao seu povo: “Pensem, qual povo tem um Deus tão próximo como Eu estou próximo de vocês?”. A proximidade de Deus ao seu povo é a proximidade de Jesus às pessoas”.

“Assim é o nosso Mestre, assim é o nosso Senhor – concluiu o Papa -; alguém que reza, alguém que escolhe as pessoas e alguém que não tem vergonha de estar próximo do povo. E isso nos dá confiança n’Ele. Confiamos n’Ele porque reza, porque nos escolheu e porque está próximo de nós”. (SP-BF)

Papa Francisco

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SÍNTESE DA MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 2013

A FÉ É UM DOM DE DEUS: A fé é um dom de Deus, que abre a nossa mente para O podermos conhecer e amar. Ele quer entrar em relação connosco, para nos fazer participantes da sua própria vida e encher plenamente a nossa vida de significado, tornando-a melhor e mais bela. Deus nos ama!

PEDE A NOSSA RESPOSTA: Mas a fé pede para ser acolhida, ou seja, pede a nossa resposta pessoal, a coragem de nos confiarmos a Deus e vivermos o seu amor, agradecidos pela sua infinita misericórdia.

É UM DOM PARA SER PARTILHADO: se o quisermos conservar apenas para nós mesmos, tornamo-nos cristãos isolados, estéreis e combalidos. Toda a comunidade é «adulta», quando professa a fé, celebra-a com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra de Deus, saindo do próprio recinto para levá-la até às «periferias», sobretudo a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Cristo. A solidez da nossa fé, a nível pessoal e comunitário, mede-se também pela capacidade de a comunicarmos a outros, de a espalharmos, de a
vivermos na caridade, de a testemunharmos a quantos nos encontram e partilham connosco o caminho da vida.

HÁ DIFICULDADES: Os obstáculos à obra de evangelização encontram-se, não no exterior, mas dentro da própria comunidade eclesial. Devemos sempre ter a coragem e a alegria de propor, com
respeito, o encontro com Cristo e de nos fazermos portadores do seu Evangelho; Jesus veio ao nosso meio para nos indicar o caminho da salvação e confiou, também a nós, a missão de a fazer conhecer a todos, até aos confins do mundo. Com frequência, vemos que a violência, a mentira, o erro é que são colocados em evidência e propostos.

NA IGREJA: É urgente fazer resplandecer, no nosso tempo, a vida boa do Evangelho pelo anúncio e o testemunho, e isso dentro da Igreja. Porque, nesta perspectiva, é importante não esquecer jamais um princípio fundamental para todo o evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar nunca é um acto isolado, individual, privado, mas sempre eclesial.

COM A FORÇA DO ESPÍRITO SANTO: A Igreja – repito mais uma vez – não é uma organização assistencial, uma empresa, uma ONG, mas uma comunidade de pessoas, animadas pela acção do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam partilhar esta experiência de profunda alegria, partilhar a Mensagem de salvação que o Senhor nos trouxe. É justamente o Espírito Santo que guia a Igreja neste caminho.

Papa Francisco

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Igreja que olha para Maria

A Igreja olha para a Virgem Mãe de Deus como sua figura e modelo na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo. Como filha de Israel, Maria espera e crê com todo o coração na redenção do seu povo. A sua fé, porém, recebe uma luz nova quando o anjo Lhe anuncia: serás Tu a Mãe do Redentor. N’Ela tem cumprimento a fé de Israel e, neste sentido, Maria é o modelo da fé da Igreja, que toda se concentra em Jesus. Na verdade, a principal ajuda que Igreja é enviada a levar aos homens é Cristo e o seu Evangelho: ela não se anuncia a si mesma, mas o amor de Cristo, que renova o mundo. A Igreja aprende isto, olhando para o amor de Maria: na visita à sua prima Isabel, mais do que a ajuda das suas mãos, o que faz saltar e transbordar de alegria é Jesus que Ela leva no seu seio. Por fim, Maria é modelo de união com Cristo, vivendo imersa no mistério de Deus feito homem, como sua primeira e perfeita discípula, meditando tudo no seu coração à luz do Espírito Santo para compreender e pôr em prática toda a vontade de Deus.

Fonte: Rádio Vaticano (23/10/2013; 11:06:10).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

São Francisco de Assis




Francisco trouxe o pobre para a sociedade e recuperou Cristo no pobre. E fê-lo sem revolta, com uma sinceridade que subverte a revolta; que a torna menos soberana do que a realidade sofrida. Não disse: “Pobres, uni-vos.” Mas disse a todos: “Tornai-vos pobres”. Amai o dever de ser pobre, e não a confrontação e a luta.


E também ele sabia lutar. Era um guerreiro. Francisco era um guerreiro, de génio lúcido que é o que ganha as grandes batalhas. A sua vida não foi uma renúncia, foi uma glória, uma avançada permanente, um esforço genial para entrar no tempo, na imponderabilidade do pobre. O pobre não tem atmosfera, flutua, quebra pernas e braços contra pequenos obstáculos nos quais ninguém mais choca. Mas, sabendo qual a sua condição, sente a leveza do seu mísero corpo, e nenhum fardo o pode oprimir.


A regra franciscana era tão poética que dela só podia subsistir o perfume. Era alegre, pois proibia acompanhar o jejum com a expressão mortificada; era sábia, pois se desviava das letras; era grande, porque prevenia contra o vício da vontade própria. Não foi feita para servir os homens, e por isso levantou tumulto e fez nascer as dissidências. É mais fácil á natureza humana acometer as coisas que exigem heroísmo, do que confiar naquelas que a mantêm na virtude sem penas e na modéstia sem exemplo.


Agustina Bessa-Luís

in Dicionário Imperfeito, Guimarães Editores

Pinturas: Giotto
Basílica de S. Francisco, Assis
1297-1300