O ano
de 2015 foi proclamado pelo Papa Francisco como o Ano da vida consagrada,
tendo como motivo a comemoração, a 28 de outubro de 2015, dos 50 anos do
documento do Concílio Vaticano II, Perfectae
Caritatis, que pedia e orientava a adequada renovação da vida religiosa. Este
Ano da Vida Consagrada começou com o início do ano litúrgico a 30 de Novembro
de 2015 e prolongar-se-á, até daqui a um ano, para ser concluído a 2 de
fevereiro de 2016.
Quando falamos de “consagrados” referimo-nos às pessoas que vivem esta
consagração batismal, com um compromisso especial, radical, de seguimento de
Cristo. Podemos assinalar as seguintes:
·
As ordens religiosas e as
ordens e congregações religiosas: os seus membros realizam a profissão dos
conselhos evangélicos (pobreza, obediência e castidade) mediante votos
públicos. Levam vida fraterna em comum e por isso vivem na mesma casa;
·
Os institutos seculares: os seus membros assumem
o compromisso dos conselhos evangélicos (pobreza, obediência e castidade), mas
vivem-nos no mundo, como fermento, a partir da sua própria profissão ou
trabalho;
·
Os eremitas ou anacoretas: vivem num espaço mais
estrito do mundo, no silêncio da solidão e da oração. Realizam a profissão
pública dos três conselhos evangélicos, com votos realizados diante do bispo
diocesano;
·
As virgens consagradas: esta foi a primeira
forma de seguir Jesus mais de perto, que se desenvolveu na história da Igreja
antiga, desde as suas origens, sobretudo depois do tempo dos mártires. Oferecem
a Deus o testemunho da castidade (não tanto a pobreza e a obediência). São
consagradas pelo Bispo e dedicadas ao serviço da Igreja.
Com
a profissão dos votos, estas pessoas consagradas pertencem a Deus de modo pleno e exclusivo Esta
pertença ao Senhor permite, a quantos a vivem de maneira autêntica, oferecer um
testemunho especial ao Evangelho do Reino de Deus. Totalmente consagrados a
Deus, são inteiramente entregues aos irmãos, para levar a luz de Cristo onde as
trevas são mais densas e para difundir a sua esperança nos corações desanimados.
Estão muitas vezes presentes nas chamadas “periferias” existenciais, em missão,
nas escolas, nos hospitais, nas maternidades, nos lares, junto das vítimas de
tráfego humano, comprometidas na recuperação de toxicodependentes e das vítimas
da prostituição, do trabalho escravo etc.
As
pessoas consagradas são, por isso, um
sinal de Deus nos diversos ambientes de vida, são fermento para o
crescimento de uma sociedade mais justa e fraterna, são profecia de partilha com os pequeninos e os pobres. Entendida e
vivida desta forma, a vida consagrada parece-se precisamente como é realmente:
um dom de Deus, um dom de Deus à Igreja,
um dom de Deus ao seu Povo! Cada pessoa consagrada é um dom para o Povo de
Deus a caminho. Há tanta necessidade destas presenças, que fortalecem e renovam
o compromisso da difusão do Evangelho, da educação cristã, da caridade para com
os mais necessitados, da oração contemplativa; o compromisso da formação
humana, da formação espiritual dos jovens, das famílias; o compromisso pela
justiça e pela paz na família humana. Mas pensemos um pouco no que aconteceria
se não houvesse religiosas nos
hospitais, nas missões, nas escolas. Mas pensai, uma Igreja sem religiosas!
Não se pode imaginar: elas são este dom, este fermento que leva em frente o
Povo de Deus. São grandes estas mulheres que consagram a sua vida a Deus, que
levam em frente a mensagem de Jesus, a Palavra da consolação, o abraço e a
ternura de Deus, com amor materno e espírito paterno, aos mais sós, aos mais
pobres e fracos
A
Igreja e o mundo precisam deste testemunho da alegria do evangelho, que
manifesta o do amor e a misericórdia de Deus. Os consagrados, os religiosos, as
religiosas são o testemunho de que Deus é bom e misericordioso, que quer
consolar o seu povo (Is.40,1-2) e que nos chama à alegria. Como diz o Papa
Francisco “Onde quer que haja consagrados, aí está a alegria: a alegria do
vigor, a alegria de seguir Jesus, a alegria que nos dá o Espírito Santo”.
Por
isso é necessário valorizar com gratidão as experiências de vida consagrada e
aprofundar o conhecimento dos diversos carismas e espiritualidades. É preciso
rezar para que muitos jovens respondam «sim» ao Senhor que os chama a
consagrar-se totalmente a Ele para um serviço abnegado aos irmãos; consagrar a
vida para servir Deus e os irmãos.
Este
ano foi proposto assim pelo Papa Francisco, como ano dedicado de modo especial
à vida consagrada. Os objetivos são claros, em resumo:
a)
acentuar a centralidade de Cristo, através da oração, da interioridade, da
formação e da reflexão partilhada;
b)
gerar uma dinâmica de saída, que consolide a presença da Igreja, na sociedade,
especialmente nas periferias;
c)
pedir ao Senhor, na fidelidade e na esperança, que suscite vocações para a vida
consagrada e que as pessoas chamadas respondam com alegria, generosidade e
amor;
d)
tornar visível o chamamento à vida consagrada através do testemunho;
e)
elaborar um programa que oriente para o
seguimento de Cristo e para os valores cristãos em profundidade.
Na
nossa paróquia, estamos a desenvolver mensalmente o momento vocacional, aos
sábados de manhã, com crianças e adolescentes da catequese. Os adolescentes
farão o seu retiro num convento de carmelitas. Teremos um debate sobre família
e vocação. Mantemos a oração pelas vocações sacerdotais. Peçamos ao Senhor, que
desperte, na nossa comunidade vocações consagradas.
Confiemos
desde já esta iniciativa do Ano da Vida Consagrada à intercessão da Virgem
Maria, Mãe da nossa alegria, e de são José que, como pais de Jesus, foram os
primeiros por Ele consagrados e que consagraram a sua vida a Ele.
cf. Papa Francisco, Angelus,
2.2.2014
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